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"Guerra de Fake News"


Autor:

Luciano de Lima é Advogado e Irmão na Irmandade do Divino Espírito Santo

(Fonte : reprodução internet)

Fake News: coube ao presidente americano Donald Trump popularizar internacionalmente a expressão, colocando-se sempre em condição de vítima.

Aqui, com a proximidade das eleições em outubro, o tema é alvo de debates e campanhas. O Whatsapp divulgou que irá restringir ao máximo de 20 destinatários o encaminhamento de mensagens simultâneas como medida para impedir a disseminação das notícias falsas.


(Fonte Foto: http://www.historiadetudo.com/guerra-do-contestado)

Fake News tinha outro nome antes: boato. E não é de hoje que causa consequências desastrosas. Santa Catarina já sofreu gravemente com isso. No final do século 19 e início do 20, Santa Catarina e Paraná estavam envolvidos em uma disputa eminentemente jurídica pela demarcação de uma área, cujo apelido passou a ser “do Contestado”.

O Estado de Santa Catarina foi o autor da ação judicial, sob patrocínio do Conselheiro Mafra, e o Paraná foi defendido por Rui Barbosa. Como toda disputa judicial, seu deslinde já se arrastava no tempo e a terra contestada se tornou quase uma terra sem lei.

Benefícios concedidos à empresa estrangeira, aliados à carência absoluta dos habitantes da região, agora bob a liderança questionável de um monge messiânico, criaram as condições para o surgimento de um bando organizado – e desesperado – de camponeses.

Esse grupo, acampado em Curitibanos em outubro de 1912, foi obrigado a sair de lá por imposição das autoridades locais e estaduais, dirigindo-se para os Campos de Irani, então no Estado do Paraná.

Aí uma fake news chegaria em Curitiba e mudaria o rumo da história: um grupo catarinense armado, com a intensão de invasão para consolidar o domínio barriga verde da área, havia invadido o Paraná. Isso motivou o envio de um contingente militar e o primeiro combate da Guerra do Contestado.

Tendo como estopim esta falsa notícia, detonou-se um conflito que durou quatro anos e tirou a vida de quase 20 mil pessoas, segundo as estatísticas mais aceitas. O Brasil de hoje, mergulhado na desesperança, com todas as chamas acesas da intolerância, é um terreno fértil para proliferação das fake news. E isso, como todo o resto, se combate com educação e informação de qualidade.


(Fonte: foto Senado Federal)

#IDES #Opinião

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