Compartilhando de forma breve minhas percepções e experiências enquanto colaboradora do Programa EducArte, me deparo primeiramente com a potência que existe no nome e na proposta do Programa. Entende-se o EducArte como sendo também um espaço destinado ao convívio e ao Fortalecimento de Vínculos. E é exatamente a partir desta característica que me refiro sobre a potência. Fortalecer vínculos me abre como possibilidade olhar para as nossas diferentes relações das quais estamos em constante contato. Com nossas famílias, amigos, colegas de trabalho, aqueles que convivemos diariamente... E o que considero ser o principal e o mais importante para que as demais relações aconteçam de forma satisfatória: a relação com nós mesmos. O reconhecimento de nossas habilidades, vontades, vulnerabilidades, sonhos, projetos, enfim, fortalece ainda mais o vínculo com nós mesmos e com os outros.

Tendo como público atendido crianças, adolescentes, seus familiares e responsáveis, o Programa EducArte possui a arte como um recurso sensível e transformador do qual possibilita estas práticas potentes descritas. Acredito que entre tantos propósitos, um deles é oportunizar a expressão de ser quem se é. Garantir e dar voz àqueles que são atendidos. Voz através da dança, voz através do canto, de um pincel, de uma bola, de um livro, através do que é possível para o outro. E para isto, é preciso de olhos e ouvidos atentos para perceber aquilo que nos é dito de tantas formas.

Estar em contato com esta prática é como me sentir convidada a todo o momento a resgatar a capacidade que temos de reinventar, explorando a criatividade, imaginação, fantasia... Recursos importantes e necessários que nos acolhem e nos impulsionam a atravessar os momentos mais desafiadores. Nos fazendo acreditar também que é possível a ressignificação de nossas experiências, quando podendo ser compartilhadas em um espaço seguro, tornam-se ainda mais enriquecedoras.
Relato escrito por Bruna Espírito Santo da Silva, psicóloga do programa EducArte.